terça-feira, agosto 12, 2003
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Havia um cliente frequente do bar que me deixava louco de desejo, o André, praticante de kickboxing, estatura média, corpo definido, braços musculados, mãos grandes, cabelo espetado e uma cara de sacana enorme. Nas calças, umas pernas bem torneadas e um bom vulto... Era já um amigo, que por diversas vezes me olhou para o rabo, embora eu não percebesse por quê.

Um dia, princípio da noite, eu estava com umas calças novas e como estava pouca gente ainda, estava atrás do balcão, aproveitando o espelho das prateleiras para ver como ficava o meu cagueiro esfomeado na roupa nova, sendo apanhado pelo André que fez uma cara de gozo e ao mesmo tempo de desafio. Servi-o e a noite foi correndo, com muito trabalho. Estava a o Rocha, ex-militar, e o Rodrigues, amigos de ambos e eu sempre que podia dava três dedos de conversa com eles.

No final da noite já só estavamos nós quatro e eles combinaram ir a uma casa de strip que havia ali perto. Sairam e quando me preparava para fachar a porta, ouvi o André a dizer aos outros, "vão andando que eu já lá vou" e entrou navamente no bar. Oferecei-lhe uma cerveja e ficamos ali sentados a conversar sobre o kickboxing.

Quando estava para se ir embora demorou bastante tempo e perguntava insistentemente se não precisava de nada, se precisasse de alguma coisa era só dizer, se quisesse que me fosse levar a casa era na boa... Recusei sempre e só mesmo uns meses depois juntei 2+2 e percebi que ele estava pronto para me dar o que queria e eu não percebi.

Hoje, anos depois (porque este texto foi escrito em 2008), tento encontrá-lo por todo o lado, na esperança que ele ainda me venha a dar o que preciso. E os olhares dele mantiveram-se durante meses...

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